domingo, 13 de fevereiro de 2011

Redenção Vascaína

Some-se um time técnicamente fraco como o América, com uma atuação muito boa de um time grande como o Vasco. Geralmente, essa matemática aponta para uma goleada. Ontem, não foi diferente.

O time da Cruz de Malta segue se recuperando e trazendo seus torcedores de volta para o seu lado. A atuação deste sábado, se não foi brilhante, foi muito mais leve e simples do que vinham sendo as carrancudas e pesadas antes de Ricardo Gomes assumir o comando da equipe.

Não quero dizer que Gomes (que particularmente acho um sujeito super educado e trabalhador mas que está longe de ser um técnico top de linha) seja um feiticeiro. As mudanças que ele fez, muito menos de nomes e mais de psicologia é que estão fazendo a diferença.

Os laterais continuam a subir muito e deixar desguarncecida a defesa? Sim, mas ao menos agora, na parte ofensiva, eles já conseguiram uma boa atuação. Tanto que Ramon marcou dois gols e Fágner um. Evidentemente, isso aconteceu contra uma equipe muito ruim como o América, o que deixou os dois laterais sem terem a quem marcar. Resta saber se em um clássico ou contra um time pequeno mais organizado, se essa deficiencia defensiva não será explorada pelo adversário.

Felipe voltou a jogar bem. Felipe Bastos é um volante que joga melhor do que marca, o que acaba sobrecarregando o jovem Romulo, que acaba muitas vezes sozinho, perdido e envolvido na marcação. Jéferson ontem pareceu ser o armador que o Vasco há tempos não tem. O que não quer dizer que será sempre assim.

Éder Luís jogando mais aberto, deitou e rolou com sua velocidade e Marcel, apesar de só ter marcado uma vez e ter perdido algumas chances claras, pode ser o artilheiro que o time necessita.

Enfim, foi assim, com alterações simples e injetando animo nos jogadores que Gomes vem conseguindo devolver ao elenco uma qualidade que não havia ainda passado por São Januário nessa temporada. A confiança. Um bom resultado na estréia da Copa do Brasil e mais 10 dias para acertar a equipe podem trazer um novo Vasco para o segundo turno. É o que espera a sua torcida.

Temos tempo para melhorar.

Foi uma conquista mais do que merecida. O Brasil teve o melhor time, foi a equipe que jogou o futebol mais bonito de se ver, etc. Porém, não podemos deixar que a goleada de ontem frente ao Uruguai e nem mesmo o fato de termos sido novamente campeões, nos deixem enganar,

Quem acompanhou o Sulamericano ou Pré-Olimpíco sabe que o time de Ney Franco chegou a conquista muito mais na base dos talentos individuais de jogadores fora de série, como Neymar e Lucas (esse, o nome da goleada de ontem), do que propriamente como equipe.

E olha que tempo, tivemos de sobra (quase dois meses juntos) para montar uma Seleção entrosada, com jogadas ensaiadas e que pudessem fazer o individual brilhar ainda mais, em cima de um coletivo forte. Não foi isso o que aconteceu em Tacma ou em Arequipa.

É claro que muitos jogadores desse grupo não estarão no ano que vem em Londres tentando o inédito Ouro olimpíco para o Brasil. Inegavelmente, a presença de atletas mais rodados como Ganso, Pato e até a presença de 3 acima dos 23 anos será importante para que finalmente passemos a jogar de maneira coletiva, deixando o futebol dos craques aparecer naturalmente.

O perigo, e acho que esse foi o grande alerta que a competição no Peru nos deixou, é achar que o individual irá sempre prevalecer. Nem sempre Neymar ou Lucas ganharão os jogos sozinhos. Tempo ainda existe, basta sabermos reconhecer nossos erros enquanto ainda podemos.
Esquema antes da expulsão de Saimon, Fernando protege a cabeça da área, Casemiro tanto marca como se apresenta a frente. Lucas joga abareto pela direita, Oscar fica mais centralizado e Neymar joga aberto pela esquerda, em um posicionamento que lembra o de Ronaldinho Gaúcho no Barcelona, com liberdade para se movimentar por todo o ataque. William é o homem de referencia dentro da área.
Depois da expulsão do zagueiro Saimon, Ney Franco recuou Casemiro para ser o zagueiro, Fernando continuou como o cão de guarda da defesa. Oscar foi dar uma ajuda a Alex Sandro pela esquerda, em muitos momentos chegando até a inverter o poscionamento com o lateral do Santos. Lucas seguiu aberto pela direita e Neymar pela esquerda, infernizando a vida dos Uruguaios. William seguiu sendo a referencia.

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