quinta-feira, 1 de março de 2012

Erros não podem encobrir defeitos

A derrota de virada do Flamengo diante do Boavista, na notite de ontem, foi recheada de polêmica. É certo que a atuação do árbitro Felipe Gomes da Silva foi confusa e ruim. Desde o início da partida, ele mostrou não ser forte no aspecto disciplinar, deixando entradas perigosas sem punição. Com isso, o "pau comeu solto" no gramado do Moacyrzão.

Ele acabou errando também em pelo menos três lances capitais. No primeiro, não expulsou Tony, que deu uma entrada criminosa em Willians. No segundo, não assinalou pênalti de Galhardo, que puxava Shelson pela camisa, na cobrança de um escanteio (aqui, abro um parêntese para dizer que ao menos neste lance, ele seguiu seu critério. Se marcasse a penalidade máxima nesta jogada, teria que marcar em toda escanteio ou cruzamento sobre a área, pois sempre acontecem lances iguais). No terceiro, ele validou um gol marcado claramente de mão. O pior de tudo, é que ele estava bem posicionado no lance (E, agora me respondam. Pra que serve aquele auxiliar que fica atrás dos gols, se ele não consegue ver um lance como esse ou até mesmo um escanteio claro, como aconteceu em Vaso 2x1 Fluminense, na Taça Guanabara?)

Entretanto, o que não podemos permitir é que esses erros ada arbitragem escondam mais uma péssima atuação do Flamengo. Novamente escalado com três volantes, o time não conseguiu render. Até que começou bem a partida, ao fazer 1x0 com cinco minutos. Depois, parou. A equipe não consegue trocar passes, a bola chega sempre dividida para os atacantes. Não existe velocidade e criatividade então, é algo que passa longe da Gávea.

Acontece que isso tudo era de se esperar que acontecesse. Não se pode exigir de Willians, Muralha, Airton, Maldonado, Renato Abreu e compania limitada que façam o que não sabem fazer. O que mais me preocupa é saber que mesmo infestado de volantes, o time levou gol do Lanús, do Resende e tomou as viradas de Vasco e do Boavista. É simplesmente inadmissível que uma defesa teoricamente tão bem protegida, sofra com tantas oportunidades criadas pelo adversário (ontem, o Boavista teve mais chances concretas de gol do que o Fla).

E de quem é a culpa dessa situação? Apontar apenas para Joel Santana é leviano e injusto. Afinal, o treinador sempre teve como característica os times com a parte defensiva se sobrepujando aos ataques. Desde seu começo de carreira como treinador, todos sabemos que ele adora meios de campo recheados com cabeças de área. Sempre foi assim. E não será agora que isso irá mudar. Pior, ao não prestigiar a base rubro-negra (que ao menos poderia dar uma referência de velocidade ao time, coisa que hoje não acontece), Joel corre o risco de desperdiçar a geração mais promissora do clube, desde 1990.

A resposta para a pergunta que fiz no parágrafo anterior é simples. A culpa é única e exclusivamente deu quem o contratou. O estilo de Joel não pode ser adotado por grandes clubes, que tenham o peso da camisa. Times que são obrigados a jogar no ataque por seus torcedores inflamados. Pois é Presidenta Patrícia Amorim. Infelizmente, você lembrou seus tempos de nadadora e deu um tiro na água com essa contratação. E agora, quem paga com isso são os torcedores que vão sofrer seja contra o Boavista, seja contra o Barcelona.

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